As vendas de caminhões estão rodando acima das projeções da associação dos fabricantes, da Anfavea, que este ano prevê 88 mil emplacamentos no segmento e alta de 16% sobre 2018. Contudo, os 55,7 mil veículos vendidos de janeiro a julho representaram crescimento muito superior, de 44,3% sobre o mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado pela entidade na terça-feira, 6. O total vendido já é maior do que o volume de 2017 inteiro, no auge da crise que derrubou o setor, e chega perto de dois terços da expectativa projetada um mês antes do fechamento de dois quadrimestres inteiros.
Luiz Carlos de Moraes, presidente da Anfavea, destaca que o segundo semestre sempre é tradicionalmente melhor do que o primeiro para vendas de caminhões, o que torna possível esperar que os emplacamentos sigam na faixa de 8,5 mil a 9 mil por mês. Se esse ritmo de fato for mantido nos próximos cinco meses que faltam para terminar 2019, o crescimento anual será o dobro da projeção atual, ficaria entre 29% e 32% acima de 2018, com 98 mil a 101 mil caminhões vendidos no ano.
“Para vendas de caminhões tivemos o melhor julho desde 2014, fazia tempo que não víamos números tão positivos. Em sete meses este ano já superou o total de caminhões vendidos em 2017. Se continuar nesse ritmo é possível que nossa previsão de crescimento seja superada”, afirmou Luiz Carlos de Moraes.
EXPORTAÇÕES DESPENCAM, VENDA DOMÉSTICA SUSTENTA PRODUÇÃO
O tombo da economia argentina tem afetado com mais força as exportações brasileiras de caminhões do que a de automóveis e comerciais leves. De janeiro a julho apenas 7,5 mil veículos pesados de carga foram exportados, o que configura forte contração de 54,6% sobre o mesmo período de 2018 – como comparação, a queda geral das vendas externas é de 38,4% em sete meses, considerando todos os tipos de modelos.
Para alívio dos fabricantes, as vendas domésticas estão crescendo bastante acima das expectativas este ano, o que sustenta a produção em níveis mais altos. Nos sete primeiros meses de 2019 foram produzidos 66,3 mil caminhões no País, em alta de 13,5% sobre 2018 – enquanto no mesmo período o avanço da produção total foi de apenas 3,6%.