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Setor de máquinas e equipamentos do Brasil cresce em setembro

O mercado de máquinas e equipamentos dá sinais de recuperação no Brasil. Os indicadores relacionados à receita, exportações e importações divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) no dia 29 de outubro são positivos. Já o nível de empregos apresentou leve oscilação negativa em setembro. Com os resultados do mês de setembro, a entidade revisou para cima a projeção de crescimento do faturamento setorial de 5% para 7,6%, de acordo com Leonardo Gatto Silva, coordenador de Economia e Estatística da Abimaq. “Os números vieram melhores”, justifica.

O faturamento do setor de máquinas e equipamentos no mês de setembro foi de R$ 27.158,12 milhões, com crescimento de 2% em relação a agosto e de 11,2% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a setembro, a receita de R$ 227.719,01 milhões é 10,8% maior que no mesmo período do ano passado.

No mercado doméstico, o faturamento de R$ 20.044,06 milhões em setembro é 1,4% maior que no mês anterior e 18,2% superior ao do mesmo mês de 2024. No acumulado dos primeiros nove meses do ano a receita interna somou R$ 173.149,43 milhões, 13,4% a mais que no mesmo período de 2024.

MERCADO EXTERNO – As exportações no mês de setembro totalizaram US$ 1.325,42 milhões, crescimento de 5,1% em relação ao mês anterior e de 1,8% na comparação com o mesmo mês de 2024. No acumulado até setembro, as exportações somaram US$ 9.635,27 milhões com leve variação positiva de 0,2% em relação ao mesmo período de 2024.

No mês de setembro, a elevação da tarifa do imposto de importação por parte dos EUA para 50% resultou na queda das vendas para o país. Em relação ao mês de agosto a queda foi de 10%, e em relação ao mesmo mês de 2024 de 13,1%. A diminuição do volume de exportações não foi linear. Os componentes para a indústria de bem de capital, por exemplo, sofreram um tombo de 28,9% em setembro, enquanto máquinas para bens de consumo recuaram 7,6%. Já máquinas para logística e construção experimentaram aumento de 5,4% nas exportações para os EUA.

Especificamente para o mercado dos EUA, a Abimaq considera que os resultados são menos ruins que os esperados. A entidade chegou a cogitar que as exportações para aquele mercado praticamente cairiam a zero e projeta agora um recuo de 24,4% nas vendas para o país.

No acumulado de janeiro a setembro, as exportações do setor atingiram o mesmo patamar de 2024, “mesmo diante do recuo nos preços médios das máquinas no mercado internacional (-2,2%) e da redução das compras pelos Estados Unidos (-8,2%). O aumento no volume físico exportado (+2,8%), aliado ao crescimento das vendas para outros destinos (+3,3%), compensou as perdas decorrentes da desaceleração do mercado norte-americano e da queda dos preços

internacionais”, diz o relatório da Abimaq distribuído à imprensa. A Abimaq, que projetava recuo da ordem de 15% nas exportações em 2025, revisou o número e agora prevê uma queda de 4,2%.

Em 2025 houve mudanças nos principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos. As vendas para a América do Norte caíram 8,9%, enquanto a Europa e a América do Sul cresceram 4,8% e 18,5%, respectivamente. Na América do Sul, o destaque foi a Argentina, com aumento de 44,3% nas exportações, puxado pela ampliação das vendas de máquinas para agricultura (+73%) e para construção civil (+67,7%). Também se destacaram os aumentos das exportações para o Chile (+16,6%) e para o Peru (+20,1%).

IMPORTAÇÕES – No mês de setembro, o Brasil importou o equivalente a US$ 2.783,85 milhões em máquinas e equipamentos, 8,1% a mais que no do mês anterior e 8,4% acima do verificado mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, as importações totalizaram US$ 23.974,56 milhões, 9% a mais que no mesmo período de 2024.

De acordo com o relatório da Abimaq, em 2025, as importações atingiram o maior patamar da série histórica iniciada em 1999.

“A queda de 3,0% nos preços médios das máquinas importadas ao longo do ano compensou parcialmente a desvalorização do real (7,9%), favorecendo o aumento do volume físico importado (+11,9%). Até setembro, o déficit na balança comercial de máquinas e equipamentos totalizou US$ 14,3 bilhões, representando aumento de 15,8% em relação ao mesmo período de 2024.”

As importações de setembro tiveram como principal origem a China (32% do total), que registrou acréscimo de 16,7% nas vendas ao Brasil em relação a agosto de 2025. No acumulado do ano, a China também se manteve como principal origem das importações, tanto em participação como em taxa de crescimento (+16,7% em relação a 2024), ampliando a distância em relação aos tradicionais fornecedores de máquinas e equipamentos.

Os dados históricos evidenciam uma ampliação contínua da presença de máquinas importadas no mercado brasileiro, especialmente de origem chinesa. Em dez anos, a China praticamente dobrou a sua participação nas importações brasileiras de máquinas – de 16,6% em 2015 para 32% em 2025.

OUTROS INDICADORES – O nível de utilização da capacidade instalada do setor aumentou para 79,1% em setembro, 0,1 p.p. a mais que em agosto e 2,4 p.p. a mais que em setembro de 2024.

A carteira de pedidos, após ter recuado 1,9% em agosto de 2025, estabilizou em 8,9 semanas. Houve, entretanto, piora nas carteiras de pedidos da indústria de máquinas para logística e construção civil e de componentes para bens de capital. Na média, o setor está com carteira de pedidos abaixo da observada em 2024 (-2,6%).

O setor de máquinas e equipamentos registrou queda de 0,3% no número de pessoas empregadas na passagem de agosto em setembro. Em setembro, o setor empregou 426 mil colaboradores.

Fonte: https://ipesi.com.br/setor-de-maquinas-e-equipamentos-do-brasil-cresce-em-setembro/