Pelo menos 60 milhões de brasileiros, quase um terço da população do país, sofrem de hipertensão arterial. Somente metade dessas pessoas tem o diagnóstico e apenas 7,5 milhões fazem o tratamento regularmente. Na expectativa de que mais pessoas descubram essa doença crônica, a japonesa Omron Healthcare investirá R$ 30 milhões até 2021 para aumentar a produção em 40%.
A fabricante de monitores de pressão arterial está no Brasil desde 2009, mas só passou a produzir os aparelhos aqui após a adquirir a NS Indústria, de inaladores, cinco anos depois, por R$ 189 milhões. Até aquele momento, a companhia, que hoje lidera o segmento com 59% de participação, só importava os produtos. “Conseguimos reduzir os custos e ampliar nossa presença”, disse Wanderley Cunha, presidente da Omron.
Os recursos para a expansão fabril serão provenientes da matriz. A maior parte será destinada para o marketing, mas na produção, a área de monitores de pressão será prioridade. Dados da consultoria IMS Health apontam que são vendidos 1,9 milhão desses aparelhos anualmente nas farmácias, movimentando R$ 200 milhões. A GTech, segunda colocada nesse mercado, tem 15% de participação, e a terceira, a Techline, possui 14%.
Segundo Cunha, o aumento na produção também busca atender a América Latina a partir do próximo ano. A empresa ainda produz no Brasil inalador, termômetro digital, monitores de gordura corporal, balança digital e pedômetro. Os inaladores representam 60% das vendas e os monitores de pressão, 35%.
O segmento de inaladores, que atingiu R$ 250 milhões no ano passado, é considerado mais maduro. Dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil tem cerca de 20 milhões de asmáticos, disse o executivo. A Omron tem 64% das vendas nessa área, seguida por Soniclear e Daru, com 11% cada uma.
No acumulado de abril a dezembro de 2017, a companhia obteve receita líquida global de US$ 5,6 bilhões, avanço de 5% em relação a igual período do ano fiscal anterior. O lucro líquido atribuído aos controladores foi de US$ 2 milhões, alta de 46,1%, considerando o câmbio médio do período. No Brasil, a Omron não divulga os números, mas cresceu 16% no ano passado e prevê expansão de 17% nas vendas em 2018. A unidade está entre os dez maiores mercados da multinacional.
Neste ano, Cunha pretende ampliar o portfólio com um aparelho de fisioterapia voltado para o alívio da dor. Com estímulos elétricos, o produto servirá para auxiliar o tratamento de dores na coluna, artrose ou artrite.
O executivo disse que nesse segmento, a maioria dos itens vendidos são descartáveis, pois servem para poucas sessões de fisioterapia e custam ao redor de R$ 80. “No nosso caso, apenas os ‘pads’ serão descartáveis. O valor do aparelho da Omron será mais caro e a expectativa é vender 30 mil unidades no primeiro ano.”
Perguntado sobre uma possível aquisição no país, o executivo afirmou que não tem nenhum alvo no momento. Após a compra da NS, a companhia investiu R$ 5 milhões para adaptar a produção e comprar maquinários que possibilitassem a produção em massa de medidores de pressão arterial na fábrica em São Paulo.