A Estre, empresa brasileira que desenvolve soluções ambientais para todas as etapas de gestão de resíduos, colocou em operação, em Guatapará, sua primeira usina de geração de energia a partir de biogás. O empreendimento recebe apoio da Investe São Paulo, agência do Governo do Estado responsável pela atração de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.
A planta de Guatapará recebeu investimentos de R$ 15 milhões, mas o projeto contempla um total de R$ 300 milhões para a instalação de usinas em 10 dos principais aterros da empresa até 2017. A companhia estima receita de R$ 200 milhões por ano quando as 10 usinas estiverem em operação.
Segundo o diretor de Novos Negócios da Estre, Alexandre Alvim, a realização do projeto só foi possível graças ao apoio da Investe São Paulo. “A agência nos ajudou a obter suspensão de ICMS na importação das máquinas que fazem a conversão do gás em energia, fornecidas pela GE e que ainda não são fabricadas em território nacional. Isso diminuiu o custo em cerca de 12%”, disse.
Para entrar no mercado de energia a Estre associou-se em uma joint-venture com a portuguesa ENC ENERGY, para criar a Estre Energia Renovável. A ENC ENERGY já atua com a geração de biogás a partir de aterros na Europa e possui uma operação similar em Minas Gerais.
Atualmente, a planta de Guatapará possui capacidade instalada de 4,2 megawatts de energia, um potencial para produção mensal de 3.000 MWh – o que equivale ao abastecimento de uma população de 18 mil habitantes, considerando a média de consumo na região sudeste do País.
“Projetos de geração de energias renováveis e aproveitamento do lixo como esse da Estre recebem atendimento prioritário na Investe São Paulo”, afirma o presidente da agência, Luciano Almeida. “Temos orgulho de ser um dos Estados que mais favorece a produção de energia limpa no País. Somos o único estado que possui 55% da matriz energética renovável e a meta do Governo é chegar a 69% até 2020”, completa.
Escolha sustentável
A decisão da Estre de entrar no mercado de energia está relacionada ao colapso do mercado de créditos de carbono. Antigamente, segundo Alvim, os aterros sanitários realizavam a queima controlada do lixo que, por meio do controle das emissões de monóxido de carbono (gás intimamente ligado a problemas como aquecimento global e efeito estufa), gerava ativos a serem vendidos em um mercado regional.
Porém, para se ter uma ideia, enquanto pagava-se cerca de 12 euros por tonelada em 2008, quando a comercialização dos créditos de carbono estava em alta, hoje a mercadoria vale apenas 12 centavos de euro a tonelada. “É um valor que não paga nem a auditoria da emissão de gases”, afirma o diretor.
Assim, a empresa percebeu que deveria aproveitar o gás gerado em seus aterros de outra maneira que não fosse realizando a combustão controlada. Três possibilidades foram estudadas: converter o resíduo em gás veicular, em gás de cozinha ou energia.
“Avaliamos o custo, o risco tecnológico e o retorno financeiro dos três empreendimentos e chegamos à conclusão de que a energia seria a melhor opção. Principalmente ao levarmos em consideração que, por conta de mudanças climáticas e do aumento do consumo da população, o preço dessa mercadoria no mercado spot tem crescido muito. Só em 2013, o crescimento foi de 74%”, explicou Alvim.
Considerando os 10 principais Centros de Gerenciamentos de Resíduos da Companhia, o potencial de geração de energia da Estre pode chegar a 100 MW.
Sobre a Estre
A Estre é a maior empresa de serviços ambientais do Brasil, atuando em toda a cadeia – coleta, transporte, valorização, tratamento e análises laboratoriais. Reconhecida por ser inovadora e moderna, a Estre atua com rigor técnico e profundo respeito ao meio ambiente. Seus quatro pilares de atuação são coleta e transporte, valorização, tratamento e óleo e gás. Está presente nos principais mercados do Brasil, em Buenos Aires (Argentina) e Bogotá (Colômbia). Patrocina o Instituto Estre, que leva conceitos de educação ambiental a milhares de crianças e promove o reflorestamento.