A classificação leva em consideração a produção científica publicada na base de dados multidisciplinar Web of Science
A USP é a 17ª universidade que mais produz pesquisa no mundo, segundo ranking elaborado pelo Centro de Estudos em Ciência e Tecnologia (CWTS, na sigla em inglês) da Universidade de Leiden, na Holanda. A classificação foi divulgada hoje, dia 29 de outubro. A USP caiu uma posição em relação ao ano passado.
A classificação avalia a pesquisa acadêmica produzida pelas instituições e leva em consideração a produção científica publicada na base de dados multidisciplinar Web of Science, editada pela empresa Clarivate Analytics. Nesta edição, que avaliou a produção científica no período de 2020 a 2023, foram ranqueadas 1.506 universidades do mundo todo, 95 a mais do que na edição de 2023.
A USP é a única instituição ibero-americana a figurar entre as 100 melhores do mundo. Entre as brasileiras, no total de 39 instituições classificadas, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) aparece na 160ª posição, e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na 193ª colocação.
Quatro indicadores
Neste ranking, além da classificação geral, foram analisados os indicadores das instituições em quatro vertentes: impacto científico, colaboração (interinstitucional, internacional e com a indústria), artigos publicados na modalidade de acesso aberto e diversidade de gênero (número de autorias masculinas e femininas).
No quesito impacto científico, a USP ficou na 17ª posição e, do total de 20.584 artigos publicados no período, 42,5% estão entre os 50% melhores do mundo em suas respectivas áreas do conhecimento.
Em relação ao item colaboração, que avalia as parcerias interinstitucionais, internacionais e com a indústria para a produção de artigos, a USP aparece na 19ª colocação.
Essa também foi a classificação da Universidade na análise dos artigos publicados na modalidade de acesso aberto, que se refere à disponibilidade e à gratuidade de acesso por qualquer pessoa aos resultados de pesquisas científicas, sendo uma alternativa ao modelo tradicional de publicação que restringe o acesso ao conteúdo por meio de assinaturas pagas.
Outro aspecto avaliado foi o número de artigos publicados por gênero, critério no qual a USP ficou na 3ª posição, atrás da Universidade de Harvard e da Universidade de Toronto. O indicador analisa o número de mulheres autoras de artigos da universidade e sua proporção em relação ao total de autores.
O ranking elaborado pelo CWTS também avalia o impacto científico, o nível de colaboração, o número de artigos publicados na modalidade de acesso aberto e artigos publicados por gênero em cinco áreas do conhecimento: ciências biomédicas e da saúde, ciências da terra e da vida, matemática e ciências da computação, ciências físicas e engenharia e ciências sociais e humanidades.
Edição aberta
Além do ranking tradicional, a Universidade de Leiden também divulgou o Leiden Ranking Open Edition, que classifica as universidades com base em dados abertos do OpenAlex, catálogo bibliográfico aberto e gratuito que reúne informações sobre artigos científicos, autores, instituições e fontes de pesquisa, desenvolvido pela organização sem fins lucrativos OurResearch. Nessa classificação, a USP ficou na 19ª posição entre mais de 2.831 universidades em todo o mundo avaliadas, cinco posições a mais do que em 2024, ano em que o ranking foi lançado.
Este ranking apresenta uma perspectiva mais inclusiva ao considerar publicações não centrais. Segundo consta no site do CWTS, “o perfil da Universidade de São Paulo, uma das maiores universidades do Sul Global, no Leiden Ranking Open Edition, mostra que, considerando apenas as publicações centrais, a Universidade possui 48.926 publicações no período de 2020 a 2023. Esse número aumenta para 68.889 publicações quando as publicações não centrais também são consideradas, indicando que cerca de um terço da produção científica da Universidade é excluído quando se adota a perspectiva tradicional de publicações centrais”.
Ainda segundo o CWTS, “o caso da Universidade de São Paulo demonstra como a edição de 2025 do Leiden Ranking Open Edition oferece uma perspectiva mais ampla e inclusiva em termos de cobertura da produção científica, multilinguismo e bibliodiversidade”.
A edição tradicional do ranking abrange todas as universidades com, pelo menos, 800 publicações principais na base de dados Web of Science no período de 2020 a 2023. Já a edição aberta abrange todas as universidades com, pelo menos, 1.500 publicações, incluindo publicações principais e não principais, na base de dados OpenAlex no mesmo período.