De vinícolas premiadas a estâncias hidrominerais, pacote viário que projeta R$ 8,9 bilhões em investimentos vai melhorar acesso a destinos turísticos e ampliar fluxo de visitantes
A concessão da Rota Mogiana, promovida pelo governo de São Paulo por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos, promete fomentar roteiros turísticos do interior paulista com a modernização de rodovias desde a região de Campinas até a divisa com o sul de Minas Gerais. De fontes de águas terapêuticas e tours guiados em belas vinícolas a degustações gastronômicas ou festivais que celebram frutas típicas regionais, as alternativas são muitas e variadas.
Ao todo, o lote abrange trechos de 11 rodovias e 19 municípios ao longo de 520 quilômetros de extensão. O plano prevê destinar R$ 8,9 bilhões em investimentos que facilitem o acesso ao turismo com duplicação, implantação de terceiras faixas, construção de marginais, acostamentos e passarelas, além da modernização de dispositivos de acesso.
A Rodovia Governador Adhemar Pereira de Barros (SP-340) será uma das malhas beneficiadas com faixa adicional entre Campinas e Mogi Guaçu. Por ela, é possível acessar Jaguariúna para uma experiência de volta no tempo a bordo da Maria Fumaça. Ou ainda viver uma tarde na atmosfera europeia de Holambra, rodeada pelos encantos da cultura e arquitetura holandesa e a mais famosa exposição de flores do Brasil. O município é cortado pela Rodovia Prefeito Aziz Lian (SP-107), que será duplicada em 30 Km, entre Santo Antônio de Posse e Artur Nogueira.
Ao todo, serão 217 km de pistas duplicadas e implantação de 138 km de terceiras faixas; construção e adequação de 151 dispositivos de acesso; adequação ou implantação de 96 km de marginais; construção de 59 novas passarelas; adequação ou construção de 135 pontos de ônibus; e implantação de um contorno viário.
Continuando o trajeto rumo à divisa com Minas, São João da Boa Vista e Mogi Mirim oferecem fazendas históricas e cafés reconhecidos. Espírito Santo do Pinhal com suas vinícolas sofisticadas desponta como novo destino do enoturismo em São Paulo. Mais à frente pela SP-342, em Águas da Prata, as águas terapêuticas são o atrativo principal, mas há alternativas no Pico do Gavião aos adeptos do voo livre e fãs de blues, com o famoso festival nas montanhas da Serra da Mantiqueira.
Para a estância hidromineral, o plano prevê a duplicação até a divisa com o município mineiro de Poços de Caldas, além da construção de um novo contorno viário, que vai retirar o tráfego rodoviário do centro urbano e solucionar uma demanda histórica da população local. O projeto inclui a duplicação da Rodovia Dom Tomás Vaqueiro (SP-344) entre São João da Boa Vista e Casa Branca, região onde não faltam opções para quem prefere o ecoturismo em trilhas e cachoeiras ou alguns dias de descanso em chalés rodeados por paisagens serranas.
O lote, participação pública e trechos incluídos
O Lote da Rota Mogiana compreende trechos das rodovias SP-135, SP-215, SP-304, SP-333, SP-338, SP-340, SP-344, SP-346, SP-350 e SPI-225/342 que atravessam 19 municípios do estado de São Paulo. São eles: Aguaí, Americana, Cajuru, Casa Branca, Cravinhos, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Itobi, Mococa, Mogi Guaçu, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Cruz da Esperança, Santo Antônio do Jardim, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, Serrana, e Vargem Grande do Sul.
O edital do projeto foi publicado no segundo semestre deste ano e reflete uma ampla revisão técnica conduzida pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), com base em 284 contribuições recebidas durante as consultas e audiências públicas, 83% delas total ou parcialmente acolhidas. Essa escuta garantiu um modelo mais equilibrado e transparente, que respeita as demandas regionais e mantém o foco em segurança, fluidez e qualidade do serviço.
O projeto atualizado absorve os trechos atualmente sob concessão da Renovias. As rodovias anteriormente divididas entre os lotes Rota Mogiana e Circuito das Águas foram agora reunidas em um único projeto – o da Rota Mogiana –, garantindo mais racionalidade e integração logística. Com o novo arranjo, o projeto seguirá em para leilão, enquanto o Circuito das Águas permanecerá em estudo pelas áreas técnicas da SPI. A futura concessionária será responsável pela ampliação, operação, manutenção e gestão da malha viária durante 30 anos.