Últimas Notícias

IntegraTietê: investimentos na despoluição do maior rio do estado já superam R$ 22 bilhões

Com a desestatização da Sabesp, recursos aplicados em novas conexões de esgoto saltaram de R$ 1,1 bilhão em 2023 para R$ 20 bilhões

O Governo de São Paulo, por meio do IntegraTietê, programa coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) que prevê uma série de medidas de curto, médio e longo prazo em prol do maior rio do Estado, já garantiu investimentos de mais de R$ 22 bilhões em ações de despoluição desde 2023, com resultados expressivos em diferentes frentes.

Frente essencial do Programa é a eliminação progressiva do lançamento de esgoto sem tratamento no rio, que ganhou forte impulso com a desestatização da Sabesp. Os investimentos na conexão de domicílios à rede de esgoto subiram de R$ 1,1 bilhão em 2023 para mais de R$ 20 bilhões em execução e em contratação de 2024 a 2026. Em 20 meses, 800 mil domicílios a mais passaram a contar com tratamento de esgoto, incluindo áreas de baixa renda antes não atendidas. Essas conexões beneficiaram 2,5 milhões de pessoas com mais saúde e qualidade de vida.

No total, 576 quilômetros de tubulações foram implantados, com a construção de 16 Estações Elevatórias de Esgoto e mais três novas Estações de Tratamento de Esgoto, as ETEs Franco da Rocha, Polvilho e Fazendinha. Duas novas ETEs estão sendo entregues nesta semana em Guarulhos: Fortaleza e Cabuçu, que juntas representam investimentos de cerca de R$72 milhões. A previsão para 2026 é a de ultrapassar os 5 milhões de domicílios com esgoto encaminhado para tratamento.

“Temos um plano robusto de investimentos na universalização do saneamento básico, um grupo de fiscalização permanente criado para atuar especificamente no Tietê e frentes bem coordenadas de limpeza, desassoreamento e educação ambiental. Com todo esse trabalho que estamos fazendo no Programa IntegraTietê e o apoio de todos, estamos confiantes de que teremos até 2029 um rio mais límpido e com menos odor, com o qual vamos poder interagir e do qual teremos orgulho”, afirma a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.

Desassoreamento

O trabalho de desassoreamento – técnica que remove sujeira, sedimentos e outros materiais do fundo dos cursos d’água – é executado pela SP Águas, Agência de Águas do Estado de São Paulo, e tem papel fundamental para melhorar as condições ambientais dos rios e reduzir enchentes, já que amplia a capacidade de absorção das chuvas. Foram retirados 4,14 milhões de metros cúbicos de sedimentos dos rios Tietê, Pinheiros e de piscinões da Região Metropolitana desde 2023. O volume equivale à carga de mais de 328 mil caminhões basculantes enfileirados, o equivalente à distância de São Paulo à capital da Argentina.

Nos últimos 32 meses, o investimento total já ultrapassa R$ R$ 728,8 milhões, sendo R$ 588,6 milhões destinados aos rios Tietê e Pinheiros e R$ 140,2 milhões para limpeza dos piscinões da região metropolitana de São Paulo.

Lixômetro

Em complemento aos trabalhos de desassoreamento realizados, a retirada do lixo flutuante é também outra ação feita no Rio Pinheiros. A iniciativa, também realizada pela SP Águas, é feita com barcos de coleta com rebocadores ao longo dos 25 quilômetros do rio, diariamente. Desde 2023, 104 mil toneladas de lixo foram retiradas do rio e mais de R$ 174 milhões foram investidos na limpeza do rio.

Ao longo dos oito primeiros meses de 2025 foram retiradas cerca de 27 mil toneladas de lixo, um aumento de 24% em relação ao mesmo período de 2024, quando o total chegou a 21 mil toneladas. Em todo o ano passado, o acumulado foi de 38.260 toneladas, enquanto em 2023 o volume somou 35.704 toneladas.

Monitoramento da qualidade de água

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mantém uma rede abrangente para acompanhar a qualidade da água do Rio Tietê. São 27 pontos de monitoramento distribuídos ao longo do curso do rio, entre Biritiba Mirim e sua foz no rio Paraná, que permitem avaliar as condições ambientais e acompanhar a evolução da poluição.

Para mensurar a carga orgânica proveniente de esgoto, a Cetesb opera 30 pontos de monitoramento nos afluentes, entre Mogi das Cruzes e Barueri, medindo o quanto de esgoto é lançado nesses cursos d’água antes de alcançar o rio principal. Na barragem Edgar de Souza, é feita a avaliação da contribuição da Região Metropolitana de São Paulo para a carga orgânica que segue em direção ao médio e baixo Tietê, possibilitando dimensionar o impacto desse lançamento sobre a qualidade da água.

A rede é complementada por cinco estações automáticas de monitoramento, com transmissão de dados em tempo real, localizadas em Mogi das Cruzes, Penha (Guarulhos), Rasgão (Pirapora do Bom Jesus), Laranjal e Barra Bonita — esta última recém-instalada, com investimento de R$ 600 mil. Desde 2023, mais de R$ 1,2 milhão foram destinados à operação e manutenção dessa estrutura, reafirmando o compromisso da Companhia com o controle permanente da qualidade das águas do Tietê.

Com base nos dados históricos da rede básica de monitoramento, houve redução da carga de matéria orgânica em alguns pontos do Rio Tietê, como na saída da Região Metropolitana de São Paulo, em Edgar de Souza. No trecho do Médio Tietê, em Laranjal Paulista, uma estação automática de monitoramento realiza medições contínuas de parâmetros básicos da água. Os resultados indicaram, no mesmo período, melhora no oxigênio dissolvido e na condutividade elétrica, evidenciando um processo gradual de recuperação do rio, resultado da redução de poluentes provenientes da Região Metropolitana.

GFI-Tietê

A criação do GFI-Tietê foi anunciada em 25 de março deste ano, durante o Fórum de Integração das Ações de Recuperação do Rio Tietê (FIAR-Tietê) — instância de governança do Programa IntegraTietê — como uma medida para ampliar a fiscalização com foco na identificação de fontes de poluição, como o lançamento irregular de esgoto e resíduos industriais ou agrícolas, além do monitoramento das condições ambientais do rio. As ações estão concentradas nas áreas mais críticas, previamente mapeadas por meio de análises detalhadas das equipes técnicas.

Desde então, as equipes já percorreram 7.642 km de trechos navegáveis do Rio Tietê, cobrindo aproximadamente 399.242 hectares de áreas estratégicas para a preservação ambiental. Até o momento, foram registradas 173 Autos de Infração Ambiental (AIAs), totalizando aproximadamente R$ 973.040,83 em multas. Além disso, a Cetesb, que também integra o GFI, intensificou as fiscalizações ao longo do Tietê, já tendo realizado este ano 449 coletas de amostras e 174 vistorias em estações de tratamento, indústrias e municípios que ainda não tratam esgoto. No período, foram aplicadas penalidades que somam R$ 5,2 milhões a agentes poluidores.

Educação Ambiental

A Semil, por meio da Diretoria de Educação Ambiental e a Polícia Militar Ambiental intensificaram a campanha de educação ambiental nas escolas, com foco na sensibilização de estudantes e comunidades sobre a importância da preservação dos recursos hídricos e os impactos das atividades humanas. Até o momento, foram realizadas 71 ações de educação ambiental, com um público atendido de 9.280 pessoas em diversas cidades e regiões do estado. O objetivo é fomentar o engajamento da população na recuperação do Rio Tietê, especialmente das comunidades que vivem no entorno do afluente.

Fonte: https://semil.sp.gov.br/2025/09/integratiete-investimentos-na-despoluicao-do-maior-rio-do-estado-ja-superam-r-22-bilhoes/