Últimas Notícias

Inflação acelera para todas as faixas de renda em setembro

Aceleração foi mais intensa para as famílias de menor renda, passando de -0,29% para 0,59%

A inflação acelerou para as famílias de todas as faixas de renda em setembro. Para as famílias de renda mais baixa, esse avanço ocorreu principalmente por conta do reajuste de 10,3% das tarifas de energia elétrica, fazendo com que a taxa de inflação para esse grupo passasse de – 0,29% em agosto para 0,59% em setembro.

Já para as famílias de renda mais alta, a pressão inflacionária foi menos intensa, não apenas pelo peso relativamente menor da energia elétrica na cesta de consumo dessas famílias, mas também pela redução de 2,8% nas passagens aéreas. Com isso, a aceleração inflacionária para essa faixa de renda passou de 0,10% em agosto para 0,35% em setembro.

Os resultados são do Indicador de Inflação por faixa de renda de setembro, divulgado nesta quarta-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O índice inflacionário geral, medido pelo IPCA, passou de –0,11% em agosto para -0,48% em setembro. Os resultados por faixa de renda podem ser vistos na tabela abaixo.

Com a incorporação do resultado de setembro no acumulado do ano, as famílias de renda alta foram as que apresentam menor taxa de inflação, com alta de 3,5%. Já as famílias de renda baixa tiveram crescimento de 3,78% de janeiro a setembro, tornando-se a faixa de renda com a maior alta inflacionária. Nos dados acumulados de doze meses, a faixa de renda baixa também registra a maior inflação (5,37%), e o segmento de renda alta segue com a menor taxa (5,02%).

Apesar do alívio inflacionário vindo da deflação dos alimentos, a alta do grupo habitação, no caso das classes mais baixas e do grupo despesas pessoais, no caso do segmento de renda mais alta, explicam a aceleração da inflação em setembro. A queda dos preços dos alimentos no domicílio pelo quarto mês consecutivo gerou uma descompressão inflacionária, principalmente para as famílias de menor poder aquisitivo, que se beneficiaram relativamente mais das deflações de itens como cereais (-2%), tubérculos (-7,9%), hortaliças e verduras (-2,7%) e aves e ovos (-1,2%). Por outro lado, a alta de 10,3% da tarifa de energia elétrica, decorrente do fim do bônus de Itaipu, que concedeu descontos nas faturas de agosto, explica praticamente toda a inflação de setembro para as três primeiras faixas de renda.

Já para as outras faixas de renda, além da alta dos preços de habitação, a contribuição para a inflação de setembro veio a partir da alta do grupo despesas pessoais, refletindo o aumento dos serviços de recreação (1,2%). Porém para as famílias de renda alta, parte desta pressão inflacionária foi amenizada pela contribuição negativa do grupo transportes, repercutindo as quedas das passagens aéreas (-2,8%), dos seguros veiculares (-6%) e dos serviços de aluguel de automóveis (-2,8%).

Na comparação com setembro de 2024, os dados revelaram um quadro de leve aceleração inflacionária para todas as faixas de renda. Este cenário de inflação corrente menos favorável ocorre mesmo com um comportamento mais benevolente dos alimentos neste ano, com uma deflação de 0,41%, em 2025 contrastando com a alta de 0,56% em 2024. Por sua vez, a alta mais forte da energia elétrica e dos serviços pessoais em 2025, cujas taxas de variação de 10,3% e de 0,85% ficaram bem acima das registradas em 2024 (5,4% e -1,2%, respectivamente), explicam este incremento da inflação deste ano.

Acesse a íntegra do indicador

Fonte: https://www.ipea.gov.br/portal/categorias/45-todas-as-noticias/noticias/16092-inflacao-acelera-para-todas-as-faixas-de-renda-em-setembro-2