Os investimentos feitos por fundos de private equity têm se tornado cada vez mais importantes para as empresas brasileiras. Em 2009, os fundos de private equity tinham US$ 34 bilhões de capital comprometido para investimentos no Brasil, segundo dados do último censo da indústria realizado pelo Centro de Estudos em Private Equity da Fundação Getúlio Vargas (GVcepe). O montante é mais de cinco vezes superior aos US$ 6 bilhões que havia em 2004, data do último levantamento. Com isso, a indústria de fundos de participações em empresas saltou de 1% para 2,2% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) em cinco anos. "O crescimento do volume de capital voltado para investimentos de private equity está relacionado a uma série de fatores positivos, como a estabilidade da economia brasileira e a abundância de recursos de investidores estrangeiros", disse Cláudio Furtado, coordenador do GVcepe.
Outro fator fundamental para o desenvolvimento da indústria foi a atividade do mercado de capitais. Empresas com fundos de participações em seu capital fizeram 37 ofertas iniciais de ações – IPOs, na sigla em inglês – de 2004 a 2009, somando R$ 31,3 bilhões (US$ 15,9 bilhões) em recursos levantados, segundo dados do censo. "A perspectiva de ter uma porta de saída para os investimentos leva os gestores a aportarem mais recursos no Brasil", afirmou Furtado.
Entretanto, mesmo diante do crescimento da indústria em mais de R$ 25 bilhões (US$ 12,7 bilhões) em cinco anos, o Brasil ainda está abaixo das médias internacionais, que é um total de capital comprometido pelos fundos de private equity de 3,5% do PIB. A expectativa do GVcepe é que esse patamar seja atingido daqui a quatro anos, quando as gestoras terão US$ 70 bilhões para investimentos em empresas brasileiras.
"O Brasil vai atrair mais investidores do que qualquer outro país emergente nos próximos dois anos. E muitos deles nunca tinham colocado os pés por aqui", disse Roger Leeds, presidente de private equity dos países emergentes, a Empea, resumindo os resultados de uma pesquisa feita pela entidade com investidores do setor e que será divulgada em maio. Hoje, a maior parte dos recursos que estão no Brasil já é trazida por investidores estrangeiros. No ano passado, dos US$ 4,6 bilhões levantados pelos fundos, US$ 2,9 bilhões tinham origem no exterior.