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Exportações de panetone crescem em 2025 mesmo com tarifaço; veja principais destinos

A indústria brasileira de panetones superou o obstáculo das tarifas impostas por Donald Trump e registra em 2025 crescimento de 2,8% em valor e de 4,4% em volume exportado. Só para os Estados Unidos, o valor embarcado cresceu 1,2%. Ao todo, foram enviados ao exterior mais de 5,1 mil toneladas de panetone brasileiro, atingindo um total de US$ 20,6 milhões em vendas. Os dados parciais abrangem os primeiros onze meses do ano.

O setor de panetones ainda se recupera de um baque sofrido durante o período da pandemia de covid-19, quando as dificuldades logísticas e as mudanças nas prioridades de compra das famílias derrubaram as vendas internacionais do produto.

“Começando em 2024 e especialmente em 2025 tivemos vendas mais expressivas”, explica o diretor internacional da Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), Rodrigo Iglesias.

Neste ano, a Abimapi celebra ainda a chegada do panetone brasileiro a novos países na Ásia e Oceania, como Austrália, China, Hong Kong, Nova Zelândia e Singapura. “Aos poucos, as empresas compreendem as diferentes formas de acessar o mercado asiático, com olhar para estratégias no digital via marketplaces”, afirma Iglesias.

Ao todo, o panetone brasileiro é vendido em cerca de 50 países, em todos os continentes.

Veja os países que mais compram panetone brasileiro em 2025

#PaísesValor Exportado (US$)Volume Exportado (Kg)
1Estados Unidos11,2 mi3,0 mi
2Paraguai1,7 mi0,4 mi
3Peru1,2 mi0,3 mi
4Japão0,8 mi0,2 mi
5Canadá0,8 mi0,2 mi
6Venezuela0,8 mi0,1 mi
7Argentina0,7 mi0,2 mi
8Uruguai0,6 mi0,1 mi
9México0,5 mi0,1 mi
10República Dominicana0,5 mi0,1 mi

Conforme mostra a tabela, os Estados Unidos responde por mais da metade das exportações brasileiras de panetone. São comercializadas versões recheadas específicas para o país, como red velvet e geleia de amendoim.

Maior consumidor per capita de panetone no mundo, o Peru tinha reduzido consideravelmente suas exportações brasileiras em 2024 devido à “flutuação na dinâmica econômica peruana”, nas palavras de Iglesias. Em 2025, mesmo com adversidades, o país conseguiu retomar seu ritmo de compra e apresentou assim o maior crescimento percentual.

“Em outros mercados, em que há um número expressivo de brasileiros residentes, o chamado “mercado da saudade”, há maior oportunidade para venda de panetones com gotas de chocolates, além dos recheados”, diz o diretor internacional da Abimapi.

A Abimapi afirma que um trabalho de mais de 20 anos com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil) garante bom trânsito para o panetone no exterior. Só neste ano, foram 10 ações distribuídas em 6 feiras internacionais, 2 missões empresariais e 2 rodadas de negócios.

O tarifaço de Donald Trump

De agosto até a metade de novembro, os panetones enfrentavam o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump a quase toda produção brasileira. Após negociações com o governo federal, o presidente dos EUA retirou parte das taxas, mantendo apenas 10% estipulados para todos os países do mundo nos primeiros meses de seu mandato.

Mesmo durante o período em que as taxas de 50% vigoraram, a indústria de panetones brasileira conseguiu crescer, através de uma estratégia de redução de margens de lucro.

“Ainda que o principal destino do produto no mercado internacional esteja pressionando os resultados do ano, as entregas de panetones aos Estados Unidos estão ocorrendo como previsto no planejamento, ainda no 1º semestre de 2025, pelas empresas do setor”, afirma Iglesias.