Em tempo de crise, as exportações de veículos seguem como principal ferramenta para garantir impulso à indústria automotiva local. De janeiro a julho foram vendidos no mercado internacional 439,5 mil carros feitos no Brasil, com importante aumento de 55,3% na comparação com o resultado registrado há um ano. “É o maior volume histórico para o período, acima do patamar de 2005, que era o melhor até então”, observa Antonio Megale, presidente da Anfavea, associação dos fabricantes do setor, que anunciou os resultados da indústria na sexta-feira, 4.
O líder da entidade acredita que, neste ritmo, 2017 tende a terminar como ano recorde. A estimativa é chegar a 705 mil veículos exportados, com expansão de 35,6%. Somente em julho foram entregues 65,7 mil unidades em outros mercados, com alta de 42,5% sobre o mesmo mês do ano passado, mas retração de 2,4% na comparação junho. Para a Anfavea, a queda é pouco significativa e não indica uma reversão do crescimento. “A tendência é positiva”, avalia Megale.
No acumulado do ano o faturamento com exportações chegou a US$ 1,38 bilhão, 52% maior que o dos mesmos sete meses de 2016. Só em julho foram US$ 1,38 bilhão em receitas com vendas externas. “A política de firmar acordos comerciais para a indústria automotiva tem dado bons resultados”, aponta o executivo, destacando o esforço combinado do governo brasileiro e das montadoras. Segundo ele, a Argentina segue como principal destino dos carros brasileiros, seguida do México, do Chile, do Uruguai e, enfim, da Colômbia. “Também exportamos caminhões para a África do Sul e para a Rússia este ano”, conta.
A Anfavea admite que, além do esforço comercial, o Inovar-Auto é outro fator que contribuiu para melhorar as exportações brasileiras ao estimular o avanço tecnológico dos carros nacionais e torna-los atrativos em mercados muito competitivos. “Um bom exemplo é o Chile, país aberto às importações onde são vendidos modelos das mais diversas marcas e, ainda assim, temos elevado a nossa participação.” Segundo Megale, os veículos brasileiros tinham participação de 3% nas vendas da região no início do ano, porcentual que já subiu para 5% e, na visão dele, tem condições de chegar a 15%. “Isso nos dá confiança para buscar mais espaço no mercado internacional.”