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EPBio mostra como municípios e empreendimentos aplicam soluções baseadas na natureza

Debates avançaram do planejamento estratégico às ações concretas no segundo dia do evento

O segundo dia do 17º Encontro Paulista de Biodiversidade (EPBio), realizado nesta quarta-feira (3), trouxe para o centro das discussões experiências municipais e do setor produtivo na implementação de Soluções Baseadas na Natureza (SbNs). O evento, promovido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), em parceria com a Cetesb, segue até amanhã (4), com recorde de participação de mais de 600 inscritos entre modalidades presencial e virtual.

No primeiro dia as mesas abordaram a perspectiva conceitual e estratégica das SbNs em escala global, nacional e estadual. Já o encontro de ontem buscou aproximar o tema da prática. 

Pela manhã, gestores e técnicos municipais compartilharam projetos como o Programa Sampa+Rural e o Catálogo de SbNs da capital, o Manual Cidade Amiga da Fauna, iniciativas de Campinas e Sorocaba, além da experiência de Santos em integrar biodiversidade à agenda urbana.

Para a diretora da DBB, Patrícia Locosque Ramos, esse olhar local é essencial para consolidar políticas estaduais. “As soluções baseadas na natureza precisam se traduzir em ações concretas nos territórios, em especial nos municípios, que estão na linha de frente da gestão ambiental. O EPBio mostra como a prática municipal pode dialogar diretamente com as políticas estaduais e até internacionais, criando um ciclo virtuoso de inovação e adaptação”, destacou.

À tarde, o foco esteve em discutir os avanços  e desafios na produção de conhecimentos sobre tecnologias de SbNs – a exemplo da restauração de riachos, sistemas de drenagem e sistemas naturais de tratamento de efluentes- , assim como sobre as experiências  do setor produtivo –  infraestruturas rodoviárias, loteamentos urbanos, jardins drenantes e hortas urbanas em faixas de transmissão  de energia e de oleodutos-  com vistas a incorporar as SbNs nas atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental.

Mediadora das mesas, Carolina Born Toffoli, assessora da Diretoria de Biodiversidade e Biotecnologia (DBB) da Semil e coordenadora do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas – PAT Cinturão Verde de São Paulo, destacou a importância de aproximar planejamento e implementação: “Se ontem falamos de SbNs em nível estratégico, hoje avançamos para o nível operacional, por meio de projetos municipais e do setor produtivo. Essa transição é fundamental para transformar conceitos em práticas concretas que promovam conservação, restauração e uso sustentável da biodiversidade, ao mesmo tempo em que fortalecem adaptação e resiliência climáticas”, avaliou.

Segundo ela, as discussões do segundo dia vão subsidiar diretamente políticas estaduais. “Os resultados de hoje são essenciais para aprimorar a interface do Estado com os municípios, em instrumentos como o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) e o Programa Município VerdeAzul (PMVA), e também para avançar em melhorias no licenciamento ambiental, incorporando as SbNs não apenas como diretriz, mas como tecnologia e forma de pensar projetos públicos e privados”, completou Carolina.

A programação do 17º EPBio se encerra nesta quinta-feira (4), com trabalhos em grupo voltados à sistematização de avanços, desafios e recomendações para a incorporação das SbNs às políticas públicas do Estado de São Paulo.

As palestras de terça-feira e ontem ficarão gravadas no YouTube da Semil.

Fonte: https://semil.sp.gov.br/2025/09/epbio-mostra-como-municipios-e-empreendimentos-aplicam-solucoes-baseadas-na-natureza-no-territorio-paulista/