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Engenharia automotiva cresce mesmo sem incentivo

Em pouco tempo, um prédio, do mesmo tamanho do que já existe no centro tecnológico da General Motors, em São Caetano do Sul (SP), será erguido para comportar a nova equipe de engenheiros. O grupo precisa ficar duas vezes maior para atender à crescente demanda por novos projetos. A engenharia automotiva, destino de novas linhas de crédito a serem liberadas pelo governo federal, há tempos ganha reforço das matrizes das montadoras. O Brasil é um dos países de baixo custo que melhor sabe desenvolver carros com qualidade de Primeiro Mundo. Apesar de não terem esperado os incentivos do governo para começar a dar mais liberdade de criação às equipes brasileiras, as montadoras recebem com muito gosto o sinal do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, dando conta de que a engenharia dos veículos será favorecida no elenco de estímulos preparado pelo governo. Afinal, a engenharia representa 25% do custo do projeto de um automóvel, segundo os executivos do setor. O aproveitamento do potencial brasileiro se concentra, porém, nas montadoras com fábricas no Brasil há mais tempo. As que chegaram por último ainda dependem dos centros de desenvolvimento das matrizes. O ex-presidente da Toyota do Brasil, Hiroyuki Okabe, revelou antes de deixar o país, há pouco mais de um ano, que o projeto do tão esperado carro compacto da marca no Brasil, dependia do centro de desenvolvimento da matriz, atolada com os produtos destinados ao Japão e Estados Unidos, mercados com prioridade em qualquer montadora. Incluir a engenharia nas linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o resultado de um trabalho que a indústria automobilística vem fazendo há algum tempo. Do lado dos dirigentes das filiais brasileiras, pesa o interesse em manter a competitividade das fábricas daqui num momento em que China, Índia e Leste Europeu entram na briga. Conta muito saber desenhar todas as peças de um novo projeto.. Do lado das matrizes, pesa o interesse em deslocar a concepção de um automóvel de regiões como os Estados Unidos, com custos mais altos e vendas estagnadas, para o Brasil, um mercado crescente e com genialidade de criação.