Os distribuidores de produtos de tecnologia da informação (TI) foram beneficiados no ano passado pela retomada das compras pelas empresas, que em 2009 haviam postergado a renovação de seus parques de computadores como efeito da crise financeira internacional. Em 2010, o setor cresceu 17%, alcançando receita de R$ 12,4 bilhões (US$ 7,1 bilhões), de acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abradisti). Para este ano, a expectativa é de um incremento de pelo menos 10%.
O resultado, no entanto, ficou abaixo das vendas diretas dos fabricantes de equipamentos e software para governos, redes varejistas e consumidores, que no período foram de R$ 17 bilhões (US$ 10 bilhões). Não existem estudos anteriores para comparar a participação das distribuidoras no mercado. Mas a sensação da entidade e de empresas do setor é de que essa fatia está menor. "Nos Estados Unidos, os fabricantes destinam a maior parte das vendas aos distribuidores, mas no Brasil eles fazem a venda direta para o varejo, o que inibe o crescimento do setor de distribuição", avalia Mariano Gordinho, presidente da Abradisti.
Para 2011, Gordinho estima que a expansão nas vendas de TI gerará uma receita adicional de R$ 13 bilhões (US$ 7,7 bilhões), que será disputada entre distribuidores e fabricantes. De acordo com o estudo da Abradisti, as vendas dos distribuidores têm como principal destino as empresas, que em 2011 elevarão as compras de TI em aproximadamente 11%. As vendas ao varejo – voltadas sobretudo aos consumidores – têm participação reduzida. E esse segmento terá expansão mais forte neste ano, de 15%. Segundo Gordinho, em 2010 os distribuidores foram favorecidos pela expansão da demanda das grandes companhias, que renovaram seus parques, e de pequenas e médias empresas, que passaram a investir mais na automação de processos. Esse movimento deve ter continuidade neste ano.
No país, de acordo com a Abradisti, existem 29,4 mil revendas ativas e 79% delas estão concentradas na região Sudeste. O Sul sedia 17% das revendas, seguido pelo Nordeste (3%) e o Centro-Oeste (1%).