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Dell prepara acordos para ampliar vendas em redes de varejo no país

Em maio do ano passado, funcionários da fabricante de computadores Dell, em Austin, no Texas, foram surpreendidos por um e-mail enviado pelo fundador da companhia. Em poucas palavras, Michael Dell reconhecia que o modelo de venda direta havia sido uma revolução na indústria, "mas não era uma religião". Um mês depois, a Dell anunciava um acordo para vender seus computadores nas lojas da rede Wal-Mart nos Estados Unidos, em uma iniciativa que marcava sua entrada no varejo. Foi nessa etapa que Michael Tatelman chegou à companhia para ocupar o novo cargo de vice-presidente mundial da divisão de varejo. A Dell, depois de ver seus concorrentes avançarem nas vendas de varejo decidiu que tinha de recuperar o tempo perdido. Tatelman entrou na companhia para montar uma divisão exclusiva de varejo. Atualmente, as máquinas da Dell são encontradas nas gôndolas de redes como Best Buy, Staples e Wal-Mart nos EUA. Os equipamentos também estão nas lojas da cadeia Gome, uma das maiores da China, na japonesa Bic Camera e em 365 instalações do Carrefour espalhadas pela França, Bélgica e Espanha. Agora, diz o executivo, chegou a vez do Brasil. A fabricante de computadores trabalha nos últimos detalhes para fechar parcerias com grandes redes de varejo do país. Nos próximos dias, diz Tatelman, a Dell vai anunciar novos acordos para expandir as vendas, atualmente concentradas nas redes Wal-Mart e Ponto Frio. Hoje, em São Paulo, a Dell também detalha seu novo programa de canais, em que revendas especializadas poderão oferecer máquinas para empresas e consumidores finais. Os números mais recentes indicam que a Dell pode estar no caminho certo. Em seu primeiro trimestre fiscal, encerrado em 2 de maio, a empresa viu, pela primeira vez em sua trajetória de 24 anos, as vendas fora dos EUA representarem a maioria das vendas globais. O Brasil, ao lado de China, Índia e Rússia, é o país que mais ajudou a puxar esse resultado, com crescimento de 73% nas vendas por volume na comparação anual. Em termos de receita, o avanço foi de 58%. Esse bloco de países já responde por 9% do faturamento global. No Brasil, o objetivo é fazer frente à Positivo Informática, a fabricante nacional que lidera o mercado nacional de PCs, com acordos com redes como Casas Bahia. Em 2007, o Brasil foi o quinto maior mercado de PCs do mundo, com 10,7 milhões de computadores vendidos e um crescimento de 38% sobre o ano anterior. O país, segundo a consultoria IDC, ficou atrás apenas dos Estados Unidos (64 milhões de unidades), China (36 milhões), Japão (13 milhões) e Reino Unido (11,2 milhões).