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Construtoras enfrentam desafios para competir

Recheadas com recursos captados na bolsa de valores, muitas empresas do setor imobiliário lançam um corrida frenética para expandir suas operações. Esse cenário leva as pequenas e médias incorporadoras a seguir um caminho inverso e a adotar a cautela como estratégia de sobrevivência. Atordoadas com a concorrência feroz, e súbita, por parte das empresas que foram ao mercado de capitais, essas companhias que não conseguiram ir à bolsa ainda estão tentando encontrar um caminho para sobreviver a um cenário completamente novo. As estratégias são diversificadas e há apenas um consenso entre elas: quem ficar parado não conseguirá sobreviver à grande transformação que vive a indústria da construção civil. Transformação que passa, obrigatoriamente, por uma mudança considerável na correlação de forças do setor. Historicamente, o segmento imobiliário sempre foi extremamente pulverizado no Brasil. A escassez de crédito, a demanda reprimida por uma renda em queda e o pouco capital para financiar a produção nunca permitiram que a competição entre elas fosse tão desigual como agora. De acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), que acompanha de perto o mercado de São Paulo há 30 anos, as 10 maiores incorporadoras da capital paulista detinham, juntas, 22,64% do mercado em 2005. Os outros 77,36% eram divididos entre 325 incorporadoras. Mas agora, que um grupo restrito de cerca de 15 empresas captou mais de R$ 11 bilhões (US$ 5,4 bilhões) no mercado de capitais, essa realidade está mudando, e rapidamente. Com as áreas disponíveis em São Paulo inflacionadas pela alta liquidez do mercado, a compra de terrenos se tornou o ponto mais estratégico na incorporação do imóvel. A saída tem sido a busca de parcerias e às compras conjuntas para as pequenas e médias empresas do setor.