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Com preço menor, orgânicos ganham espaço no varejo

Beneficiados pela redução dos preços que vêm apresentando nos últimos tempos, os produtos orgânicos estão ganhando mais espaço nas prateleiras dos supermercados. O preço sempre foi um dos maiores entraves ao crescimento desse mercado, já que, por definição, eles não têm como ser produzidos em escala que se possa chamar de "industrial". Entretanto, a diferença de preços entre os orgânicos e os não orgânicos vem diminuindo. Segundo Fernando Augusto Del Grossi, gerente de inovação do Carrefour, há cinco anos, os produtos orgânicos chegavam a ser 50% mais caros; hoje a diferença está na faixa dos 30%.

Sandra Caires Sabóia, gerente de orgânicos do Pão de Açúcar, diz que, na Europa e nos Estados Unidos, esse porcentual já pode chegar a apenas 20%, mas que ele "aumenta para produtos de maior valor agregado". No Brasil, ela destaca que há uma grande diferença por produtos. Enquanto nas verduras, a distância está em torno de 30%; nos legumes, dependendo da safra, pode alcançar os 50%.

O fato é que os produtos orgânicos vêm ganhando mais espaço nas prateleiras. No ano passado, a venda de orgânicos do Pão de Açúcar aumentou 45%, acima das expectativas. A meta de faturar R$ 57 milhões (US$ 31,7 milhões), a princípio marcada para ser alcançada em 2012, foi batida já em 2009. Para este ano, o grupo espera um crescimento de, pelo menos, 40%. Uma parte das vendas é da marca própria no segmento, a Taeq. O Carrefour vem registrando um crescimento de 25% na venda de orgânicos nos últimos anos. Atualmente estão disponíveis mais de 200 itens com essa certificação nas prateleiras do grupo.

No mundo, acredita-se que o comércio de orgânicos gire em torno das dezenas de bilhões de dólares. O país mais desenvolvido neste sentido é a Alemanha, onde 40% dos alimentos consumidos já são orgânicos. No Brasil, segundo Sandra, esses itens respondem por um mercado de apenas US$ 250 milhões.