Biocombustíveis

São Paulo ocupa posição de destaque na produção de biocombustíveis, que respondem por 28,8% da oferta total na matriz energética estadual, de acordo com o Balanço Energético do Estado de São Paulo 2023 (Beesp), produzido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL). Além de características favoráveis ao cultivo de matéria-prima, como clima e solo, o Estado concentra a maior parte da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, reúne parte significativa das indústrias de bens de capital e assume papel relevante na formação profissional. Somam-se a esses fatores um grande mercado consumidor e excelente logística.

Ainda que o uso de biocombustíveis seja visto por líderes de vários países como prioridade nacional, o consumo global de energias renováveis é de apenas 15% e a participação de biocombustíveis atinge apenas 5,6% (Internacional Energy Agency – 2024). Em contraste, a liderança paulista em energias renováveis destaca-se em nível mundial. Aproximadamente 59,6% da Oferta Interna de Energia (OIE) do Estado é formada por fontes renováveis, sendo que somente os produtos de cana-de-açúcar respondem por 26,2% da oferta total de energia (Beesp – 2023).

Entre 2014 e 2023, constatou-se um crescimento de aproximadamente 20% na produção primária energética estadual, devido, principalmente, à participação de insumos primários renováveis, como caldo de cana, melaço, bagaço e lixívia (Beesp – 2023).

Etanol

O etanol tem potencial para substituir parcialmente os combustíveis fósseis nos meios de transporte, com vantagens especialmente do ponto de vista da sustentabilidade ambiental. O etanol de cana-de-açúcar para uso em veículos é referência mundial. De acordo com o Sistema de Acompanhamento de Produção Canavieira (Sapcana), ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária (Mapa), a produção paulista de etanol aumentou 14,4% entre 2012 e 2024, quando foram produzidos mais de 13,6 bilhões de litros, cerca de 39% do total nacional.

Nos últimos 40 anos, o aperfeiçoamento dos processos de fabricação de etanol exigiu intenso desenvolvimento tecnológico e de inovação na produção agrícola e industrial (geração, importação, adaptação e transferência de tecnologias), na logística e nos usos finais.

Além de grande produtor, São Paulo é um dos maiores consumidores de biocombustíveis do mundo. Cerca de 79% dos veículos vendidos em 2024 no Estado usam a tecnologia flex fuel, que permite aos veículos funcionar com mais de um tipo de combustível no tanque (etanol e gasolina), sendo que, praticamente, todos os postos de abastecimento no País disponibilizam etanol.*

Biodiesel

O biodiesel é considerado ambientalmente correto por contribuir para a redução de poluentes na atmosfera, ser renovável e não conter enxofre. Geralmente, o biodiesel é produzido a partir de plantas oleaginosas, como mamona, dendê, girassol, soja e amendoim, entre outras culturas.

O grande número de frigoríficos e abatedouros existentes no Estado tem potencial produtivo de até 130 milhões de litros de gorduras animais por ano, o que também cria condições favoráveis para o desenvolvimento do biodiesel derivado do sebo.

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Estado de São Paulo produziu mais de 306 milhões de litros de biodiesel em 2024. Apesar de não ser um grande produtor de grãos, é responsável por 20,2% das exportações de carne bovina do País, segundo dados de 2024 do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDICS).

Pesquisa

Em apoio ao avanço da área, o programa Pesquisa em Bioenergia (Bioen), mantido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), é voltado ao estímulo e à articulação de atividades de pesquisa e desenvolvimento, utilizando laboratórios acadêmicos e industriais na promoção do conhecimento e na sua aplicação em áreas relacionadas à produção de bioenergia no Brasil. Em 2022, foram investidos R$ 20 milhões nos projetos do Bioen (Fapesp – 2022).