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Beleza Natural em São Paulo

Existem empresas que se diferenciam pela trajetória. Outras pelo produto. Por fim, há aquelas se destacam pelas metas que se colocam. No caso da rede de cabeleireiros Beleza Natural o diferencial se dá por todas essas razões. Seu início em 1993 ocorreu no bairro da Tijuca numa sala de 30 m2 atendendo à população do subúrbio do Rio de Janeiro. Aliada à adoção de um público-alvo até então relegado pela maioria dos salões tradicionais, a Beleza Natural inovou, ainda, ao lançar uma fórmula própria, garantindo aos cabelos crespos a possibilidade de um caimento natural e a formação de cachos. A combinação de tantos fatores garantiu à empresa resultados surpreendentes. Hoje, 15 anos mais tarde, a rede atende a 70 mil pessoas por mês, faturou R$ 50 milhões (US$ 25,9 milhões) em 2007 e caminha para faturar R$ 63 milhões (US$ 28,6 milhões) este ano. O carro-chefe da casa – um tratamento capilar super relaxante – dá aos fios crespos um caimento macio e encaracolado, ao custo de R$ 60 (US$ 27,3). A estratégia da empresa prevê que, ao final do tratamento, as consumidoras sejam aconselhadas a comprarem um kit para dar continuidade aos efeitos obtidos no cabeleireiro. Isto permite à lojinha de cada salão da Beleza Natural garantir 32% do faturamento do negócio na comercialização de 125 toneladas mensais com produtos de marcas e fabricação própria. O sucesso, aliás, permite aos sócios fundadores e ao novo diretor-geral, Anthony Talbot, na casa há seis meses, contar com um plano de negócios que prevê expandir a rede para 52 salões até 2013. Segundo ele, não falta demanda. E a partir de 2009, outros estados serão alvo da expansão, a começar pelas praças de Salvador (2009) e Minas Gerais e São Paulo, no ano seguinte. O apelo da Beleza Natural, garante o executivo, está na perseguição da empresa pelo "encantamento" do cliente. Isso é possível com o tipo de atendimento oferecido. A equipe de 950 funcionários é treinada regularmente. O ambiente funcional e bem decorado dos salões – que variam de 650 m2 a mais de 1.000 m2 a unidade – também contribui. E, por tratar-se de uma empresa de serviços, outra questão chave para o sucesso da rede passa pela satisfação das funcionárias com o seu trabalho. "Ao contrário de muitos salões no Rio de Janeiro, registramos todos os nossos colaboradores, da manicure à assistente, e criamos um clima interno que garante uma rotatividade mínima, na casa dos 2,5%", informa Talbot. Mas como financiar tamanha arrancada para os próximos anos? Talbot explica que, a cada loja, levanta um financiamento bancário de, no máximo 36 meses. "As parcelas são abatidas mensalmente e fazem parte do nosso fluxo de caixa, pois cada unidade tem que se pagar", explica. Isso é possível, pois, segundo o executivo, as lojas dão lucro já no primeiro mês de operação. O retorno do investimento, por sua vez, chega no 14.º mês. São resultados como esses que animam a direção a estudar a possibilidade de investimentos via private equity. "Mas sem abrir mão do controle acionário", ressalta o executivo. Para ele, o grande desafio atual é diminuir as filas de espera nos salões, principalmente nos finais de semana. Talbot admite que esse é um ótimo problema para resolver!