As agências estaduais de fomento, que recentemente tiveram ampliadas as atividades por resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), querem melhorar e fortalecer a relação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no repasse de recursos para micro, pequenas e médias empresas. A aproximação com o BNDES será uma das prioridades da nova diretoria da Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE), que toma posse quarta-feira. A entidade reúne 26 instituições entre agências de desenvolvimento, bancos federais e estaduais de fomento.
O novo presidente da ABDE, Maurício Chacur, da Investe Rio, disse que há um enorme espaço a ser ocupado pelas agências de fomento como repassadoras das linhas de financiamento do BNDES para micro, pequenas e médios empresários. "Queremos criar um sistema público de financiamento no qual o BNDES seja a âncora e as agências, os parceiros estratégicos", disse Chacur. A ideia é fazer com que o fluxo de recursos entre o BNDES e as agências seja mais ágil. Hoje a burocracia e a reanálise dos processos podem fazer com que os pedidos de financiamento das empresas levem meses para serem aprovados, disse Chacur.
"Há uma série de conhecimentos que o BNDES tem e que poderia tornar mais ágil o aprendizado das novas agências e daquelas que estão se constituindo", disse o novo presidente da ABDE. Ele cita como exemplos a experiência do BNDES na classificação de risco e na análise de viabilidade econômico-financeira de projetos. Chacur assume a ABDE no lugar de Pedro Falabella, em evento na sede do BNDES, em Brasília. A cerimônia contará com a presença do presidente do banco, Luciano Coutinho. Para ele, o fortalecimento das agências de fomento é prioridade para o BNDES, pois o acesso a pequenas empresas e arranjos produtivos locais, sobretudo nos Estados menos desenvolvidos, é um grande desafio para o banco, que não tem capilaridade.