As empresas brasileiras devem aumentar seus investimentos em inovação tecnológica pelo menos nos próximos cinco anos, principalmente no que diz respeito a integração e acompanhamento de toda a companhia por meio da rede (networking) na chamada computação em nuvem (cloud computing). É nisso que acredita a Hewlett-Packard (HP), que inicia sua entrada no mercado mundial ao lançar produtos e serviços centrados no setor.
De acordo com Marius Haas, vice-presidente e gerente-geral da HP Networking, a estratégia para liderar o mercado de rede será bastante agressiva no Brasil. "Esperamos que esse departamento na HP seja líder de mercado em países emergentes. Nós chegamos a criar organizações dentro da companhia focadas em cada país que forma o BRIC [Brasil, Rússia, Índia e China, antes de incluída a África do Sul]", diz. "Sabemos da importância do Brasil e temos conhecimento de que o empresário brasileiro quer alta tecnologia com segurança, a um custo acessível. Vamos oferecer tudo isso a ele", diz Haas. Segundo dados da companhia, o bloco dos BRIC responde por 11% da receita da HP, cujo movimento é de US$ 127 bilhões por ano. A empresa não divulgou números sobre sua atuação no País.
Exemplo da importância do mercado brasileiro foi o fato de o novo CEO da empresa, Leo Apotheker, ter escolhido o Brasil como o primeiro país da América Latina a visitar em seus oito meses no cargo. Segundo ele, o objetivo é buscar ser líder mundial em soluções para cloud computing, conectividade e software. Uma das ações incluídas na estratégia da HP é conseguir parceiras com empresas que já prestam serviços para Cisco, sua maior concorrente. "Nos Estados Unidos, conseguimos fazer negócio com 30 dos 40 mais importantes canais de distribuição (onde o produto ou serviços podem ser adquiridos) naquele país. Esperamos fazer o mesmo na América Latina", comenta. Com essa forte atuação do mercado de networking, a empresa espera crescer mundialmente 183% em 2011.
Marius Haas prevê ainda que o HP Networking terá, no "futuro próximo", maior presença no Brasil do que o setor de criação de software da própria fabricante, que é líder no País. "As empresas brasileiras já demandam por isso (inovações em networking)", entende Haas. A intenção da HP, conforme Leo Apotheker, é não fornecer apenas aplicativos.
Questionado pelo DCI se o custo para adquirir inovações tecnológicas será acessível para pequenas e médias empresas, Marius Haas destacou que os produtos e serviços da HP devem atender a qualquer demanda. "Diferentemente das concorrentes, oferecemos o melhor custo-benefício. O custo pode ser mais alto no primeiro momento, mas será menor do que o de produtos das nossas maiores concorrentes. Além disso, damos um suporte grátis para atualizações, de modo a oferecer um custo apenas inicial à empresa", explica o executivo. Ele diz que a HP busca aumentar o número de parceiros que podem reduzir o valor dos produtos de 35% a 45%.
Rita D'Andrea, diretora de Vendas da HP Networking no Brasil, afirma que os produtos e serviços oferecidos pelo setor podem servir para empresas de diversas atuações, como em educação e em hospitais, assim como para as administrações públicas.