Os planos de expansão do Porto de Santos, que segundo as expectativas dobrará sua capacidade de movimentação dos atuais 115 milhões de toneladas para 230 milhões em 2024, trazem a necessidade de um reordenamento logístico na infraestrutura rodo-ferroviária que dá acesso ao complexo santista. José Roberto Correia Serra, atual diretor-presidente da Codesp e responsável pelas docas santistas, coloca que atualmente a administração dá andamento a iniciativas de preparo das vias de acesso do porto, tanto terrestres como aquaviárias, para atender à demanda projetada, mas sinaliza existência de gargalos logísticos fora da área do porto. "O impacto dos novos terminais requer um redimensionamento rodo-ferroviário que se integre aos projetos em desenvolvimento".
De acordo com Serra, o próximo ano se inicia com a Secretaria Especial dos Portos (SEP) trabalhando na elaboração de um convênio com o Governo do Estado de São Paulo para tratar de perto a questão. Umas das obras mais polêmicas, necessárias para um escoamento eficiente das cargas até Santos, é a construção do Ferroanel, especialmente a parte sul, que tem como objetivo organizar a passagem dos trens de carga pela Região Metropolitana de São Paulo sem afetar o transporte ferrovário de passageiros. Até um mês atrás, União e Estado divergiam sobre como seria a execução esta obra, que tem investimentos estimados em mais de R$ 700 milhões (US$ 407 milhões) – só para a parte Sul. O anuncio de um possível convênio pode facilitar um entendimento entre as administrações estadual e federal, no sentido de que o Ferroanel comece a sair do papel no próximo ano.
Enquanto se tenta equacionar a questão do reordenamento logístico para atender à expansão de Santos, o porto segue com ações estruturais. Para 2010 está prevista a elaboração do Plano de Desenvolvimento do Porto. Os aportes previstos para o Porto de Santos passam dos R$ 5 bilhões (US$ 2,9 bilhões) nos próximos anos, boa parte vinda da iniciativa privada, na expansão de terminais. Para 2010, a estimativa é de que o Porto de Santos receba aproximadamente R$ 700 milhões (US$ 407 milhões) ao todo, incluindo-se aí não só as obras de expansão, mas também o que será aplicado na dragagem (aprofundamento do canal), projetos de atualização tecnológica e de segurança e a meta de concluir a avenida perimetral da margem direita, além de iniciar os serviços da na margem esquerda.