Estudo da Fundação Seade mostra que recursos financeiros na área triplicaram entre 2023 e 2025
A mobilidade sustentável é um conceito que alude ao equilíbrio entre deslocamento e qualidade de vida, a partir da utilização de meios de transporte eficientes e de menor dano ambiental. A temática ganhou espaço nos últimos anos, a partir das grandes alterações climáticas mundiais e da busca por medidas de minimização.
De acordo com a Pesquisa de Investimentos Anunciados (Piesp), entre janeiro de 2023 e agosto de 2025 foram anunciados investimentos de cerca de R$ 102 bilhões para estimular a mobilidade sustentável no Estado. O estudo é realizado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados de São Paulo (Seade). O valor representa três vezes mais que o valor investido entre 2020 e 2023.
Crescimento em infraestrutura
Os recursos destinados à infraestrutura de deslocamento também aumentaram. Mais de R$ 23 bilhões irão beneficiar a rede ferroviária de transportes. Os recursos abrangem o trem Intercidades Eixo Norte (entre São Paulo e Campinas), a expansão de três linhas de trens no leste da Região Metropolitana, a construção de uma nova linha de Metrô, dentre outras mudanças.
No setor industrial, os investimentos passaram de R$ 12 bilhões para R$ 43,5 bilhões. O aporte financeiro auxilia na produção de motores, ônibus e veículos híbridos e elétricos. Diversas montadoras ao redor do Estado de São Paulo estão envolvidas, como a Embraer, responsável pela fabricação de aeronaves elétricas de pouso vertical.
Comércio e serviços
Segundo a Fundação Seade, os anúncios em comércio aumentaram de R$ 17 milhões para R$ 350 milhões, com destaque para os projetos da Enel e da Kinsol. A primeira investe em infraestrutura de recarga elétrica para ônibus, enquanto a segunda vai instalar mil estações de recarga na capital e entorno.
Por outro lado, houve redução nos investimentos em serviços focados em mobilidade sustentável. A queda, de acordo com a pesquisa, foi de R$ 254 para R$ 135 milhões. Mesmo com um montante menor, existem iniciativas interessantes no ramo. A Tembici, por exemplo, vai instalar um centro de P&D para aprimorar bicicletas elétricas, enquanto a Whoosh investe em locação de patinetes elétricos, ambos em São Paulo.