O novo ponto, que está em obras e abre dia 7 de outubro, será também o primeiro da rede sem estacionamento. A escolha pelo endereço reflete uma aposta na revitalização da região e na preferência dos consumidores por uma experiência de compra mais ágil
A Preçolândia, tradicional rede de lojas de utilidades domésticas, se prepara para abrir a sua primeira unidade no Centro de São Paulo, na rua São Bento. A inauguração, marcada para o dia 7 de outubro, mostra o olhar da empresa para o novo cenário do Centro, que vem recebendo estímulos do poder municipal na forma de investimentos em infraestrutura urbana, segurança e isenções tributárias.
A nova loja, que será a primeira sem estacionamento da rede, reflete uma aposta na preferência dos consumidores por uma experiência de compra mais ágil e acessível, segundo Michel Zakka, sócio-diretor da Preçolândia. Embora seja uma novidade, a decisão de abrir uma loja de rua, sem estacionamento próprio, é também estratégica e funciona como um teste para a rede.
Na visão do executivo, “diferentemente das lojas de shopping, onde o consumidor paga em média R$ 20 pelo estacionamento, perde tempo com deslocamento e gasta em média uma hora dentro do empreendimento mesmo para compras rápidas”, as lojas de rua permitem ao cliente viver o conceito de cidade de 15 minutos, onde as compras se resolvem com praticidade. E esse comportamento de conveniência, segundo Zakka, tem tudo a ver com o Centro de São Paulo.
Sobre os desafios e adaptações no novo endereço, Zakka conta que o processo de encontrar um ponto comercial no Centro não foi fácil e levou mais de um ano. Não que faltem opções de imóveis, mas, de acordo com o empresário, alguns proprietários ainda “têm expectativas de valores que estão fora da realidade do mercado atual.”
A busca da rede por um novo ponto resultou em uma loja menor, com cerca de 400 metros quadrados – o padrão da rede costuma ser mil metros quadrados. Apesar das dificuldades com a reforma em um prédio antigo, Zakka conta que a obra foi realizada de forma rápida para aproveitar o período de vendas do final de ano. Otimista com o novo formato, ele não descarta a possibilidade de, no futuro, expandir o espaço ou abrir uma segunda unidade na região.
Concorrência e impostos – O empresário diz que o Centro de São Paulo é conhecido por sua forte concorrência, incluindo com a informal. Mas Zakka destaca a posição da Preçolândia como um negócio que opera dentro da legalidade e está habituada aos desafios de competir com quem não o faz.
“Quem não paga imposto já sai na frente, mas, apesar das dificuldades, o plano é crescer com passos seguros, sem loucuras, em um mercado que ainda se recupera. Acreditamos no projeto de revitalização do Centro da capital, liderado pela Prefeitura e pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e queremos fazer parte dessa transformação”, afirma.
Mudanças no mercado – Zakka recorda que a pandemia trouxe uma série de mudanças no comportamento de compra. Embora o e-commerce da Preçolândia tenha um bom desempenho, representando cerca de 15% dos negócios, a tradicional lista de casamento, que era o grande chamariz do site, “apagou”. Segundo o executivo, o mercado migrou para listas em dinheiro e cotas, refletindo uma nova dinâmica. Para o ano de 2025, a empresa busca um crescimento de 10%.
Sobre o perfil do consumidor e o tíquete médio, o empresário diz existir uma variação grande entre as lojas. Em um dos exemplos, ele faz uma comparação entre os bairros de classe alta, como Moema, onde itens de cozinha mais caros vendem menos, e Itaquera, com menor poder aquisitivo, onde o jogo de panelas mais caro da rede tem grande procura.
“Quem compra na loja de Itaquera vai cozinhar a própria comida e quer o melhor produto. Quem vai a Moema compra uma panela para a funcionária usar, então investe menos”, diz.