Os trabalhadores do setor de serviços foram os que tiveram maior crescimento no número de categorias com reajustes acima da inflação no primeiro semestre. Pesquisa do Dieese mostra que o percentual de negociações que obtiveram ganhos reais para esses empregados passou de 59,5% no primeiro semestre de 2008 para 71,6% em igual período deste ano.O setor de serviços foi um dos menos afetados pela crise. A recessão prejudicou, principalmente, a indústria.
A política de valorização do salário mínimo também favoreceu esses trabalhadores. Os acordos do segmento abarcaram empregados de empresas de limpeza e outras categorias cujo rendimento está atrelado ao salário mínimo, que teve ganho real de 5,8% em fevereiro. Na indústria, o balanço não foi tão positivo. Os acordos que não repuseram a inflação subiram de 6,2% de janeiro a junho de 2008 para 9,3% neste ano. Também houve queda no ganho real: só 2% das negociações conseguiram reajustes de mais de 2% acima da inflação. Em todos os setores, os reajustes se concentraram em níveis próximos à inflação. O Dieese avalia que o resultado é positivo -93% dos acordos tiveram reajustes iguais ou superiores à inflação. Em 2008, eram 87%.
Mesmo com o início da recuperação no nível de atividade, a indústria de São Paulo ainda elimina empregos, embora em ritmo menor. Segundo a Fiesp, em julho, o saldo de contratações recuou 0,32% -décima queda na série ajustada sazonalmente. Houve corte de 3.500 vagas.