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Setor movimenta cerca de US$ 88 bilhões por ano no mundo

Em 2005, junto com dois sócios, Gustavo Simões apresentou um projeto para desenvolver pesquisas de nanotecnologia na incubadora de São Carlos, no interior de São Paulo. Da empreitada, nasceu a Nanox. Com aportes da Finep, Fapesp e CNPq, que totalizaram R$ 3 milhões (US$ 1,9 milhão), os três amigos colocaram mãos à obra. Hoje, contam com dois produtos principais. O primeiro é o Nanoxclean, um pó antimicrobiano criado para eliminar fungos e bactérias com aplicação em tecidos, calçados, carros, metais, sanitários etc. O segundo é um insumo para o setor petroquímico que tem a Petrobras como principal cliente. "O Nanobarrier é uma substância que reduz em 50% a manutenção de dutos de escoamento de petróleo, uma vez que controla o entupimento desses canais", diz Simões. A vantagem da nanotecnologia é que nem o local exigido para as pesquisas precisa ser grande. Segundo o pesquisador, é possível produzir nanomateriais em escala industrial em um laboratório com 200 metros quadrados. Companhias como a Nanox, porém, ainda são uma exceção no cenário da pesquisa no Brasil. Segundo Ronaldo Marchese, organizador da Nanotec, um evento de tecnologia cuja próxima edição está marcada para novembro, em São Paulo, o Brasil tem uma grande capacidade no setor, mas está atrasado em relação a outros países. No mundo, a nanotecnologia já movimenta cerca de US$ 88 bilhões por ano. Até 2014, a previsão é de que o mercado vai chegar a US$ 2,6 trilhões, segundo a consultoria Lux Research. No Brasil, porém, não há sequer dados de quantas empresas atuam na área. Em 2004, o governo brasileiro lançou o Programa Nacional de Nanotecnologia, com uma verba de R$ 7,5 milhões (US$ 2,6 milhões). Desde então, o orçamento cresceu cerca de 30% ao ano. Em 2007, os recursos somaram R$ 48 milhões (US$ 24,9 milhões) destinados a empresas, além de R$ 11 milhões (US$ 5,7 milhões) para universidades e centros de pesquisa. "Esse investimento ainda é pequeno em relação a países do Bric", diz Mario Norberto, coordenador geral de Micro e Nanotecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia. Outro impasse é a falta de um sistema internacional de padrões de medida.